As vinhas começam nos 450m e alcançam os 600m. Daqui tiramos uma temperatura das mais frias do país (-5ºC a -10ºC de mínima no Inverno) e uma amplitude térmica anual e diária das mais agrestes. Só isso determina uma maturação lenta das uvas, um amadurecimento que vem devagar, mas preservando sempre a acidez natural das uvas, o que define os nossos vinhos.
Se muitos dos solos são de xisto, as uvas brancas plantadas em areão de granito, devidamente drenado para alcançar o equilíbrio, são fundamentais para os vinhos brancos de grande pureza e equilíbrio. Raro no Douro, o granito reflete a luz do sol e assegura uma lenta e harmoniosa maturação das uvas.
Há uma velha discussão sobre se o conceito de terroir inclui a intervenção do homem ou se se define apenas pelos parâmetros que a natureza oferece. Na Conceito, vemos o Homem como parte integrante da Natureza, não como um seu observador externo. Assim, o nosso terroir existe graças aos homens e mulheres que um dia o construíram. E respeitamos tanto essa definição que até já plantámos vinhas que seguem esses velhos princípios: condução baixa das videiras, castas misturadas, cada uma escolhida para o seu próprio tipo de solo, a pendência do terreno, a exposição solar. Assim, um dia os nossos seguidores também terão grandes vinhos de vinhas velhas, não apenas vinhas com idade.
Em tudo isto, a enologia funde-se com a viticultura, e acertam em conjunto a poda, a carga, os tratamentos (ou sua omissão), a data de vindima. No final, nascem vinhos digestos e suaves, com uma frescura dada pela acidez natural, um tanino domado pelo saber sóbrio da experiência, uma fruta que se oferece à vez contida e copiosa.
Cada vez que abrimos uma garrafa, festejamos então este profundo respeito pela Natureza, brindando com vinhos que espelham a nossa terra e que queremos orgulhosamente mostrar ao mundo.